O fluxo de caixa é importante em qualquer tipo de negócio, mas, na construção civil, essa ferramenta adquire um caráter essencial, por causa do descompasso muito comum entre o desembolso e o ingresso de capital na obra.
Ter um bom gerenciamento financeiro dos empreendimentos pode ser a diferença entre um negócio — em que a construtora “pagou para trabalhar” — e um negócio lucrativo, com retorno satisfatório.
Dificuldades da gestão de um fluxo de caixa eficiente
Sim, realizar um controle de fluxo de caixa é muito mais do que registrar o que entra e o que sai do caixa da empresa. Deve-se observar e registrar a realidade de todas as operações, como a previsão de recebimentos que não se cumprirão por causa da inadimplência dos clientes, por exemplo.
Além disso, é preciso estar atento à necessidade de capital de giro, que pode vir de recursos da própria construtora ou de linhas de crédito bancário. No último caso, os custos com os juros também precisam ser contabilizados.
Entre as dificuldades, destacam-se as seguintes:
1. Prazos variáveis
Muitas construtoras gerenciam mais de uma obra, e cada empreendimento tem seus prazos e planejamento financeiro. Reunir todas essas informações em um único modelo de fluxo de caixa é tarefa difícil, o que prejudica a tomada rápida de decisão.
2. Falta de tecnologia
Se a planilha de fluxo de caixa for alimentada à mão, é provável que as informações fiquem defasadas em relação à realidade de cada canteiro de obras.
3. Projeção de receitas
A projeção de receitas a longo prazo é essencial para o estudo da viabilidade de um empreendimento. Fazer isso de forma inadequada pode prejudicar a visualização de custos verdadeiros durante a obra. Para que o controle seja bem feito, é necessária uma ferramenta que agregue os demais setores da empresa e os canteiros de obras.
4. Soluções para um fluxo de caixa bem feito
Hoje, o caminho para as construtoras e incorporadoras otimizarem o gerenciamento das finanças é buscar auxílio da tecnologia. Nesse sentido, um software ERP (do inglês, Enterprise Resource Planning) pode ajudar a controlar o fluxo de caixa e incorporar todas informações às demais áreas da empresa.
Um sistema ERP deve ser capaz de adaptar-se ao negócio, oferecendo flexibilidade na organização e periodicidade do fluxo de caixa. Ele precisa também possuir mobilidade e integração, já que o canteiro de obras e o escritório devem estar em sintonia.
É importante também que o software seja voltado ao ramo da construção civil, com soluções específicas. Uma das funções mais importantes de um sistema ERP para o fluxo de caixa das empresas dessa área é mostrar, de forma confiável, as informações financeiras e a situação real da obra ou da empresa.
A atualização rápida dos valores a realizar e os já realizados é uma tarefa fundamental desses programas. Quando o cliente efetua os pagamentos, por exemplo, eles passam a compor o total realizado, que pode ser acessado por meio de relatórios.
Em outro caso, se a empresa precisar de empréstimo para capital de giro durante uma obra, os valores das parcelas também atualizam os campos a realizar e realizados.
O gerenciamento dos contratos é outra ferramenta indispensável. Os lançamentos realizados por títulos ou por esses contratos podem ser visualizados em relatórios detalhados. Isso permite uma economia de tempo e impede incertezas nas relações entre os envolvidos.
Como sabemos, o gerenciamento de uma obra envolve variáveis como fornecedores de materiais e de mão de obra, cumprimento de prazos, segurança no trabalho e muitas outras. Todas elas estão relacionadas à gestão eficiente do fluxo de caixa.
Por isso, é imprescindível contar com a ajuda de ferramentas e de profissionais confiáveis. Para complementar este assunto, sugerimos a leitura de outro artigo que complementa o processo de gestão eficiente de uma empresa, onde explicamos porque é importante contratar uma consultoria. Boa leitura!