A princípio, sabemos que construção civil e o mercado imobiliário andam sempre em harmonia. Já que um alimenta o outro através da oferta e da demanda. São os setores que, geralmente, indicam o movimento de melhora ou piora na economia do país. Movimentando muito dinheiro e gerando empregos.
Certamente 2019 foi um ano melhor do que os últimos 5, mostrando uma tendência de melhora no mercado imobiliário. De fato os números mostram que existem razões para se manter otimista em relação ao futuro próximo.
Mesmo que as tendências do mercado imobiliário sejam de um crescimento em ritmo um pouco lento.
Índice de Confiança da Construção (ICST) em melhora lenta
O ICST mede a confiança do empresariado do ramo da construção mensalmente. Ou seja, é um índice calculado pelo IBRE-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
Como parte da Pesquisa de Sondagem da Construção. O constante aumento do ICST em 2019 mostra que há uma recuperação em curso. Porém ainda não há segurança no empresário em relação à sua continuidade.
Expectativa 2020
Comparando o índice, com os números de 2018, percebe-se que a confiança em relação às edificações que fazem parte dos programas PAC e Minha Casa Minha Vida diminuiu. Decerto, num movimento de maior expectativa em relação a outros empreendimentos. Em contrapartida, vale destacar que a percepção em relação à carteira de contratos tem se mostrado positiva. Ainda que o empresariado esteja um pouco receoso em relação ao futuro. a leitura da situação atual puxa a confiança da construção para uma melhora constante e lenta.
Custos da construção estáveis e crédito imobiliário aumentando
De acordo com o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) que também é calculado pelo IBRE-FGV e mostra a variação relativa aos custos com materiais de serviço, equipamentos, serviços e mão de obra no setor da construção.
Em outubro de 2019 a variação foi de 0,12%, o que demonstra que os custos não têm sofrido grandes interferências. Entre os itens que puxaram os custos para cima, destacam-se os materiais para instalação, cuja taxa passou de 0,35% para 1,51%. Já entre o que tem barateado, destaca-se recuo da taxa dos projetos de 0,74% para -0,30%.
Redução de até 1 ponto percentual nas taxas de juros
Dessa forma, no começo de outubro, a Caixa anunciou a redução de até 1 ponto percentual nas taxas de juros para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). De acordo com a Agência Brasil (EBC), a menor taxa passou de 8,5% ao ano para 7,5% ao ano e a maior: de 9,75% ao ano para 9,5% ao ano.
A Caixa detém 69% de participação do financiamento do mercado imobiliário. Entre junho de 2018 e 2019, sua carteira de crédito habitacional cresceu 3,6%. Portanto, esse incremento no crédito para financiamento de imóveis é boa notícia para empresas do setor. Pois injeta dinheiro para o consumidor através do programa SBPE. O que movimenta e escoa o estoque de imóveis, criando eventualmente uma maior demanda por imóveis novos.
PIB da Construção Civil volta a crescer
Após 5 anos de quedas acentuadas entre 2014 e 2018, o PIB da Construção Civil apresenta um aumento de 0,3% em 2019, de acordo com o IBGE. Ainda que o número represente um crescimento tímido, demonstra que o setor imobiliário e da construção está terminando um ciclo ruim. A projeção para 2020 é de um crescimento de 3,6% no PIB da Construção Civil, de acordo com o Bradesco/IBGE.
Volume de estoque de imóveis e escoamento
Os Indicadores Imobiliários Nacionais do segundo semestre de 2019 mostram que os lançamentos de imóveis apresentaram um aumento de 11,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Em contrapartida, um aumento de 15,4% em comparação com o trimestre anterior.
As vendas também apresentaram um aumento de 16% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e um aumento 12,1% na comparação com 2019/1. A oferta final apresentou uma queda de 8,7% em relação ao mesmo trimestre de 2018 e uma queda de 3% em relação ao trimestre anterior.
Oferta de imóveis
A oferta de imóveis no segundo semestre de 2019, de acordo com a CBIC, é composta, em sua maioria, por empreendimentos de 2 dormitórios, representando 48,4% do total na região Centro-Oeste e 67,8% na região Sudeste.
Em seguida, estão os empreendimentos de 3 dormitórios. Destaca-se que a baixa oferta de imóveis de 1 dormitório pode representar uma oportunidade de investimento.
Esse perfil de imóvel atende à população que envelhece (e necessita de espaços adaptados), e também se adequa às regiões metropolitanas e estudantis onde há um alto movimento migratório de jovens em busca de oportunidades de trabalho e estudo.
Tendência de público
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, o brasileiro tem cada vez mais optado por morar sozinho. A tendência do mercado imobiliário se mostra propensa para investir em novos empreendimentos, pois as vendas e lançamentos estão em alta, representando um bom escoamento, e a oferta final está em queda.
Tendências para o futuro no segmento imobiliário
Isto é, a recuperação da Economia mundial deve se solidificar em 2020, o fim da crise global influenciará com certeza no mercado brasileiro. O panorama do mercado imobiliário mostra a tendência de tornar-se ainda mais otimista com a injeção de crédito imobiliário por meio do SBPE, a queda das taxas de juros e a estabilidade dos custos da construção, o aumento das vendas e dos novos empreendimentos. Tudo isso mostra que há motivos para que 2020 seja um ano de retomada de investimento na construção civil e no mercado imobiliário.