Na construção civil, muitas vezes se torna complexo medir a produtividade, ainda mais no canteiro de obras. É preciso focar em tarefas, horas trabalhadas, custo, cronograma? Que parâmetros usar para medir a produtividade das equipes? Os responsáveis pela administração do canteiro de obras precisam decidir qual a sua prioridade e basear suas métricas de acordo com ela, caso não tenha um erp para construção civil o processo se torna mais demorado. Vamos ver algumas alternativas para medir a produtividade no canteiro de obras?
O que é produtividade na construção civil e o que são KPIs
Produtividade é um conceito que acreditamos conhecer bem, mas que deve ser sempre reforçado para que não o percamos de vista. Um trabalho produtivo não é aquele que demanda muitas horas para chegar a um resultado, mas sim aquele que sabe fazer o melhor uso de uma menor quantidade de esforço para chegar ao melhor resultado. Ou seja, poucas horas de trabalho podem ser produtivas se levarem à conclusão (com qualidade) de um objetivo ou tarefa definidos, uma das formas de ganhar tempo e ter qualidade e utilizando um software para construção civil.
Medir a produtividade, porém, pode ser um pouco abstrato. Por isso, vários profissionais têm estudado alternativas para medi-la. Uma das formas pela qual se mede a produtividade é estabelecendo KPIs, ou Key Performance Indicators, em tradução livre, indicadores-chave de performance. São métricas pré-determinadas e calculáveis que ajudam a enxergar a produtividade de forma mais palpável, com o auxílio de dados e números.
KPIs que podem ser utilizados para medir a produtividade na construção civil
Medir a produtividade das equipes de obra não é tarefa nova, e por isso você pode empregar KPIs já testados e amplamente estudados, vejamos alguns exemplos:
IDP (Indicador de desempenho da produção)
Esse KPI leva em conta 5 categorias que são consideradas os pilares do desempenho de uma obra de diversos pavimentos:
- Custo
- Prazo
- Qualidade
- Meio-ambiente
- Segurança do trabalho
A cada uma dessas categorias é atribuído um indicador (uma nota de 0 a 10 para custo, prazo, etc) e também um peso de acordo com as prioridades de cada empreendimento. De acordo com Gosch (2012), a fórmula final para o cálculo do IDP seria:
IDP = {(IC x PC) + (IP x PP) + (IQ x PQ) + (IA x PA) + (IS x PS)}
Sendo que:
IC = Nota da categoria Custo (0-10);
PC = Peso da categoria Custo (%);
IP = Nota da categoria Prazo (0-10);
PP = Peso da categoria Prazo (%);
IQ = Nota da categoria Qualidade (0-10);
PQ = Peso da categoria Qualidade (%);
IA = Nota da categoria Meio ambiente (0-10);
PA = Peso da categoria Meio ambiente (%);
IS = Nota da categoria Segurança do Trabalho (0-10);
PS = Peso da categoria Segurança do Trabalho (%).
RUP (Razão unitária de produção)
Para a mão de obra, pode-se utilizar o índice RUP, ou Razão Unitária de Produção, uma razão entre homens-hora e tarefa realizada.
A fórmula para calcular a RUP é a seguinte, de acordo com a CBIC (2017):
RUP = Hh / Qs
Sendo que:
Hh = Homens-hora
Qs = quantidade de serviço
O RUP encontrado pode variar bastante, por isso deve ser calculado para cada obra. Quanto mais alto o número encontrado, pior a produtividade.
A variável homens-hora pouco varia, mas a quantidade de serviço pode ter medidas diferentes dependendo do serviço em questão. Ela pode ser em m², toneladas, enfim, depende da tarefa em si. É importante ressaltar que esse indicador serve para demonstrar a velocidade da execução, mas não leva em conta um indicador de qualidade, que deve ser medido separadamente.
CUM (Custo unitário de materiais)
Para medir a produtividade em relação ao uso de materiais, utiliza-se um KPI relativo ao custo dos materiais, chamado CUM (Custo unitário de materiais). A fórmula para o CUM, segundo a CBIC (2017), é:
CUM = Qmat / Qserviço
Sendo que:
Qmat = Quantidade de material
Qserviço = Quantidade de serviço
Esse índice serve para medir a produtividade com o sistema para construção civil da execução em relação ao material adquirido. É claro que no dia a dia é comum observar perdas de materiais que interferem nesse custo unitário previsto. As perdas podem ser levadas em conta com a seguinte fórmula:
CUM = Cum teórico x (1 + perdas% / 100)
Sendo que:
Cum teórico = consumo unitário teórico de material
Perdas = porcentual de perda de materiais
Vejamos um exemplo. Teoricamente precisaríamos de 1m³ de concreto para fazer 1m³ de estrutura. Porém, houve um erro de execução que causou uma perda de 10% de material. Usando a fórmula, teríamos:
CUM = 1 x (1 + 10/100) = 1,1m³ de concreto por m³ de estrutura executada.
Assim é possível comparar o custo ideal com o custo real na execução da obra e assim entender melhor o que está causando o desvio do previsto, que sempre acarreta gastos extras, tudo isso também pode ser calculado atráves de um sistema para construtora ganhando tempo e tendo dados completos sobre a obra.
E então, você utiliza algum desses índices nas suas obras? Eles são bastante úteis para ter mais informações sobre os potenciais problemas de execução que geralmente demandam gastos extra. Fique atento!