A Taxa Referencial (TR) voltou a influenciar o valor das prestações de financiamentos imobiliários pois passou de zero (patamar em que esteve até 2017) para começar a aumentar, chegando a cerca 0,9 em abril de 2022.
Mas você sabe o que é a TR? É uma taxa que serve para correção de alguns financiamentos e investimentos. Ela foi criada nos anos 1990 com a ideia de ser uma taxa de juros de referência e um instrumento para controlar a inflação quanto a taxa de juros estiver alta.
Hoje, a maioria dos investimentos se baseia em outras taxas e índices para correção, como Selic, IPCA, IGPM.
Apesar de não ouvirmos falar tanto em Taxa Referencial, ela segue sendo utilizada para calcular o rendimento da poupança, do FGTS e é uma das opções para o cálculo do reajuste de financiamento imobiliário.
A TR é calculada pelo Banco Central e teve algumas mudanças na sua fórmula, implementadas em 2018.
A metodologia de cálculo da TR antes tinha base nos juros diários dos CDBs prefixados de grandes bancos, agora, são considerados os juros do Tesouro Selic, que são indexados pela taxa Selic.
Para calcular a Taxa Referencial, se utiliza a seguinte equação:
TR = 100 x {[((1 + TBF) / 100) / R] – 1}
A variável R, que é o redutor, é calculada pela fórmula:
R = (a + b) x TBF
Sendo que:
a: é uma constante de valor 1,005
b: é definido pelo TBF e divulgado pelo Banco Central (BC)
TBF: é a Tarifa Básica Financeira divulgada diariamente pelo BC
A TR não pode ter valores negativos, e com a queda constante dos juros que vinha acontecendo, ela estava zerada desde 2017.
No início de 2022, a TR voltou a subir, puxada pela alta da Selic (a taxa básica de juros) que está no patamar de 11,75%.
Por ser um dos mecanismos que podem ser utilizados para controlar a inflação, quando a Selic está acima de 8,5%, a TR volta a subir pela regra do Banco Central.
Aplicação da TR em financiamentos imobiliários
A TR não era um ponto de atenção nos financiamentos imobiliários nos últimos anos por estar zerada, mas ela faz parte do cálculo da correção das prestações ao lado dos juros, que costumam ter um valor prefixado.
Quando se contrata um financiamento, é possível escolher sobre qual taxa ele será reajustado: IPCA, TR
Digamos que o financiamento contratado tem taxa de juros fixa de 8% ao ano, e é reajustado pela TR, deve-se somar esse valor mais o da TR ao ano para chegar ao custo final.
As projeções mostram que a Selic não deve baixar para menos de 8,5% antes de 2023, e por isso a TR vai incidir no cálculo dos financiamentos por um bom tempo, aumentando o valor das parcelas de financiamento imobiliário.
Se considerarmos uma TR mensal de 0,1% para uma prestação de R$1.000, ela passara a R$1.001,10 reais no primeiro mês, e o reajuste continuará incidindo mês a mês, afetando o valor final.
Se olharmos o valor de acréscimo em uma parcela, ele pode parecer pequeno. Mas na soma do custo final, como os financiamentos imobiliários envolvem altos valores, a alta da TR pode fazer uma boa diferença.
Importância do planejamento para financiar
Quem financia deve estar pronto para enfrentar os juros e ter um plano para tentar amortizar a dívida antes do prazo, diminuindo o valor das parcelas.
Como o financiamento é uma dívida de longo prazo, é preciso levar em conta que as taxas que estavam favoráveis na assinatura do contrato podem mudar, e se preparar para isso.
Uma decisão consciente leva a fazer financiamentos com mais segurança e preparação, evitando assim ter que chegar ao distrato.
Com essa mudança da TR as empresas precisam se preparar com estratégias para evitar inadimplências. Acompanhe agora o bate-papo com a Capys e descubra como melhorar os processos de cobrança na sua empresa.