A essa altura todo mundo que está envolvido na construção civil pelo menos já ouviu falar sobre BIM – Building Information Modeling.
Antes, o BIM era uma promessa, mas hoje 9,2% das empresas brasileiras de construção civil usam o BIM segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Muita gente ainda confunde o BIM com o simples uso de softwares 3D na hora de projetar construções, mas o BIM é muito mais do que isso.
O BIM é um processo inteligente que agrega informações ao projeto, ajuda a gerenciar desde o planejamento da construção até gerenciar a obra e a pós-entrega de um empreendimento.
O BIM é uma forma de pensar projeto e execução de obras que serve tanto para obras públicas quanto privadas.
As vantagens do BIM são muitas. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com a implantação do BIM em obras públicas, a previsão é um aumento de 10% de produtividade e 20% na redução de custo.
O Decreto nº 9.377 de 2018 instituiu uma Estratégia Nacional de Disseminação de BIM, que prevê a adoção dessa tecnologia aos poucos em obras públicas.
Por que adotar o BIM e quais as dificuldades neste processo
Muitos softwares CAD oferecem cursos e treinamentos para aprender a projetar em BIM e trabalhar com uma rede de profissionais no mesmo projeto.
Ferramentas como Revit, ArchiCAD, Eberick, QIBuilder e Navisworks proporcionam projetos em BIM.
Mas não são só as ferramentas de projeto que trabalham em BIM, você encontra funcionalidades de gestão de obra, planejamento, estudo de viabilidade e orçamento em outros softwares, como:
- BIM no ERP UAU
- Prevision
- MS Project
- Primavera
A maioria dos treinamentos BIM são voltados para aprender a compatibilizar projetos em uma equipe colaborativa com profissionais como: orçamentista, engenheiro civil, arquiteto, engenheiro sanitarista, engenheiro responsável pelo projeto estrutura, engenheiro eletricista, entre outros.
Mas é possível fazer mais com o BIM. Trabalhar um projeto em BIM proporciona níveis de detalhamento do 3D ao 7D:
- 3D: modelo em 3D do empreendimento, uma espécie de maquete eletrônica
- 4D: Gerenciamento do tempo com cronogramas físico-financeiros, gráfico de Gantt
- 5D: gestão financeira: custos, orçamentos, previsão de compras, detalhamento de materiais com acabamento.
- 6D: prevê comportamento sustentável da obra em relação a energia elétrica, captação de água, etc. Sustentabilidade ambiental, econômica e social que leva a um trabalho de “qualidade”.
- 7D: planejamento e gestão de ações de manutenção do empreendimento
As maiores dificuldades enfrentadas para implementar o BIM
- Fornecer treinamento para toda a equipe
- Mudança na cultura e na forma de planejar projetos
- Se adaptar a novas tecnologias
- Os projetos demoram mais tempo para “ficarem prontos”
- Custo dos softwares
As maiores vantagens de implementar BIM:
- Possibilidade de colaboração com outras empresas
- Fluxo de trabalho entre profissionais
- Gestão de projetos facilitada e detalhada
- Todas as etapas de vida útil de um empreendimento com informações em um só lugar
- Compatibilização do projeto diminui erros executivos: juntar projeto elétrico, estrutural, arquitetônico, hidrossanitário, paisagismo, orçamento em um só lugar permite enxergar erros
- Se adequar ao que há de mais moderno em matéria de tecnologia para construção civil
- É possível cobrar mais pelo serviço oferecido
- Possibilidade de usar dados do BIM para fazer gestão financeira e de obra
O BIM no Brasil: já é realidade em obras públicas
Alguns países já exigem o uso de BIM em obras públicas, como Chile, EUA, Rússia, China, Reino Unido. No Brasil, a Estratégia BIM BR vem atuando para que o BIM seja priorizado em licitações de obras públicas.
A Lei nº 14.133 de abril de 2021 que fala sobre Licitações Contratos Administrativos determina em seu artigo 18 que as licitações deem preferência ao BIM:
“§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling – BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la.”
A adaptação está sendo aos poucos, mas é importante se adequar ao BIM suavemente, enquanto há tempo para diminuir o impacto da mudança na organização da sua empresa.
Afinal, quando o BIM for realmente uma exigência legal, você não quer ser pego de surpresa, não é?
Uma pesquisa no Reino Unido demonstra que 81% das empresas que utilizam BIM acreditam que a revolução digital vai aumentar a produtividade no setor da construção.
E a sua empresa, já se adaptou ao BIM? As ferramentas de ontem não estarão nos projetos de amanhã!
Para conhecer mais sobre os processos BIM e aplicar conceitos de forma mais eficiente na sua empresa acompanhe a Live Experience sobre o Impacto BIM na construção civil.