A construção civil foi um dos primeiros setores da Economia a reagir durante a pandemia. No segundo semestre de 2021, o crescimento da construção civil foi de 2,7%.
Mesmo com o aumento médio de 25% no preço dos materiais de construção durante a pandemia, o setor vem crescendo e retomando as atividades com consistência.
Algo que mudou durante os tempos pandêmicos foi o perfil do comprador de imóveis.
De acordo com o Raio-X FipeZap, em termos de objetivos, a finalidade “moradia” voltou a crescer aqueles que compraram imóveis recentemente, com os números passando de 54%, ao final de 2020, para 61%, no início de 2021.
Já aqueles que optaram pelo investimento imobiliário (39% dos compradores no 1º trimestre de 2021), a maioria pretende colocar o imóvel para locação e rentabilizá-lo 68%.
“A Pesquisa da Influência do Coronavírus no Mercado Imobiliário Brasileiro” realizada pela DataZAP mostra que o interesse por casas aumentou de 38% para 45% durante as 3ª e 4ª ondas da pandemia (junho de 2020 e março de 2021).
Já o desejo por imóveis próximos do local de trabalho caiu de 48% para 41%, mostrando que o home office é uma tendência e deve estar contemplado nos projetos de empreendimentos atuais.
A pesquisa sobre o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros (TIC Domicílios) 2020 mostrou que a pandemia de Covid-19 aumentou o uso de tecnologias digitais, acelerando uma tendência que já vinha se consolidando. No Brasil, passamos de 71% dos domicílios com acesso à internet em 2019 para 83% em 2020, o que corresponde a 61,8 milhões de domicílios com algum tipo de conexão à rede.
Com a necessidade de manter o isolamento social, consolidou-se também uma tendência muito maior de comprar online. Segundo estudo da Neotrust/Compre Bem de janeiro de 2021, as compras online somaram mais de R$128,3 bilhões com um crescimento de 68,1% em relação ao ano anterior.
O comprador não deseja apenas comprar online, mas procura por uma experiência híbrida, a chamada jornada phygital de compra: metade física (presencial), metade online.
Essas tendências influenciam fortemente os novos negócios da construção civil e as oportunidades que podem ser aproveitadas nesse novo cenário econômico.
Loteamentos
O mercado de loteamentos cresceu quase 200% durante a pandemia. O investimento em loteamentos apresenta inúmeras vantagens tanto para as empresas quanto para os compradores:
- Valorização constante,
- Custo baixo,
- Segurança e rentabilidade no negócio,
- Prazo de obras mais curto,
- Facilidade para obter financiamento,
- Maior proximidade da natureza e espaço para construir,
- Adaptabilidade.
É importante ter uma estratégia de vendas bem pensada, trabalhando com múltiplos canais de atendimento, segmentando anúncios de acordo com o perfil do comprador e montar um portfólio variado que mostre sua eficiência no mercado.
Obras de terraplanagem
As empresas que trabalham com terraplanagens constantemente podem partir para o trabalho com loteamentos de forma muito mais fácil, uma vez que a maior parte do trabalho está na preparação do terreno. É importante prestar atenção nas oportunidades do que o terreno permite.
Construtechs
As construtechs são as startups com foco em resolver problemas do mercado da construção com tecnologia. O levantamento do Startup Scanner mostra que o Brasil tem atualmente 249 construtechs, divididas em 24 categorias.
Os problemas resolvidos pelas construtechs vão desde a venda de imóveis online, financiamento, investimentos até o aluguel de máquinas, gestão de canteiro de obras, cotação de materiais de construção.
É importante estar de olho no mercado da tecnologia, pois é daí que vêm as grandes transformações. Você já pensou em investir em uma construtech? Tem alguma ideia de como aplicar a tecnologia para resolver uma necessidade do mercado da construção?
Ou, então, se você acha que sua empresa não tem o perfil para desenvolver uma solução, não esqueça de procurar por parcerias com empresas de tecnologia, novos apps, sistemas e ferramentas que ajudam a tornar o dia a dia mais rápido e eficiente.
Tecnologia aliada aos novos negócios na construção civil
A transformação digital é uma realidade em todas as empresas, e para o setor da construção não seria diferente. Ainda que boa parte do negócio aconteça fisicamente, com a obra como centro de atenção, o resto dos processos que a acompanha podem ser todos digitalizados.
Se tomarmos o processo de lançamento e venda de imóveis, por exemplo, ele pode ser totalmente feito online hoje em dia, apenas com a visita ao imóvel como parte física (presencial) da transação.
Construção verde
Uma pesquisa da Deloitte mostra que as gerações Millenial e Z estão mais preocupadas com o meio ambiente do que as anteriores, e buscam apoiar projetos que tenham objetivos sustentáveis.
Para atender aos desejos de compra dessa geração, é preciso tornar os projetos mais sustentáveis, o que também traz vantagens para o imóvel no pós-venda.
Os projetos que têm a sustentabilidade na sua essência acabam sendo melhores para o meio ambiente e também sustentáveis a longo prazo. Tecnologias como captação de água da chuva e painéis de luz solar para energia elétrica acabam barateando os custos com taxas de condomínio.
Além disso, a construção é responsável por gerar muitos resíduos, que devem ter um destino correto e podem ser reciclados, tornando a obra em si mais sustentável. Ter responsabilidade torna o mundo melhor!
Oferta x demanda
O mercado de imóveis se baseia muito no perfil do comprador, e ele vai mudando ao longo do tempo e com a região. Às vezes um perfil de imóvel já está com o mercado saturado em uma região, o que gera uma oferta maior que a demanda e faz com que as unidades encalhem sem vender.
Não se esqueça de fazer pesquisas antes de iniciar um empreendimento para saber se o comprador local tem poder de compra e o perfil da sua obra. Entender onde se está é importante para o sucesso do empreendimento.
É possível se preparar para os ciclos de baixo e alto desenvolvimento, sempre pensando em manter uma variedade na oferta de imóveis e ir se adaptando às tendências, organizando os fluxos financeiros para as épocas de baixa.
Afinal, uma obra é algo que se desenvolve ao longo de um período um tanto longo, o que requer visão de futuro e planejamento.
Uma estratégia que muitas empresas procuram desenvolver em suas equipes é o compartilhamento de informações através de parcerias com empresas focadas em novos negócios na construção civil. Uma delas, a PJ Bank, é especialista em soluções financeiras integradas com seu sistema de gestão.